sucessão

A Sucessão nos Bastidores da Política, apesar da Pandemia

A SUCESSÃO FERVE NOS BASTIDORES

Quem estiver pensando que a pandemia está impedindo uma forçação de barra para a viabilização,  dentro do bloco do governo, de nomes com vistas à sucessão de 2022, está muito enganado.

Movimentam-se nos bastidores, procurando fortalecer suas pretensões, os deputados federais Laércio Oliveira (SD), Fábio Mitidieri (PSD) e o senador Rogério Carvalho (PT). Todos lutam pela preferência do governador Belivaldo Chagas. É bem possível que neguem publicamente, mas a verdade é que só pensam naquilo e agem com muita devoção a esses afazeres futuristas. Eles sabem que Belivaldo não tem voto. Mas tem o governo em suas mãos, a caneta pra nomear ou demitir, mexer em secretarias e órgãos do governo, e dispõe, ainda, do poder para anular privilégios e vantagens de empresas que sobrevivem às custas do erário.

Esse poder transitório de alterar o conforto de muita gente para mais ou para menos, num Estado pequeno e pobre como Sergipe, que é altamente dependente do poder público, impede, salvo no campo da oposição, posicionamentos de ordem política sem o carimbo do governo, os quais, se não forem cuidadosamente sopesados poderão gerar perdas de difícil reparação.

O “X” DA QUESTÃO E O IMPONDERÁVEL.

É aí onde está o “x” da questão, o sonho de quem milita na oposição ver quebrada a aliança governista, para a partir daí drenar em seu favor o caminho do poder. Há quem pregue o contrário, de  que nem que a vaca tussa tal fato não se consumará.  A não ser que aconteça,  como acreditam os supersticiosos, algo que chamamos de imponderável cujo encadeamento escapa à visão de um simples mortal. 

Em todo caso, devemos compreender que a atração que o poder exerce é uma  realidade na região Nordeste, e a situação de Sergipe não pode ser diferente, onde, aliás,  predomina quase sempre a vontade do grupo político que tem ao seu lado a força do governo. 

NEM SEMPRE O PODER POLÍTICO E O DINHEIRO GANHAM ELEIÇÕES

Em meio a esse incontrastável poderio do governador Belivaldo, no entanto, vimos, nas eleições municipais,  o vexame que ele passou em sua terra natal, Simão Dias, quando, para ajudar ao seu candidato a prefeito, mudou informalmente a capital para lá, usou e abusou do poder político, inclusive com ameaças a empresários e eleitores, sem obter êxito em tal estratégia.

Há quem considere que Simão Dias foi uma exceção.

Mas é bom anotar que aquele pleito municipal deu um aviso bastante perceptível de que nem sempre o poder político e o dinheiro, garantem o sucesso de uma campanha majoritária.

A ELEIÇÃO DE 2018, UM FENÔMENO À PARTE. NÃO HAVERÁ REPIQUE EM 2022

Há uma constatação a ser lembrada aqui, mas que a mídia de um modo geral deixa de opinar porque isso contraria bastante o governador. Trata-se do tema de sua reeleição em 2018, quando dois fatores contribuíram para o resultado: 

1) O abuso do poder político, conforme comprovou o TRE, pelo placar de 6×1, em cuja decisão cassou-lhe o mandato, mantendo-o no poder, em face de uma liminar ao TSE; e

2) O apoio de Lula, à chapa majoritária, o qual mesmo preso em Curitiba, foi capaz de mostrar a sua força eleitoral naquele momento, ao apoiar os nomes contidos na chapinha  distribuída por cabos eleitorais em todos os recantos do Estado, contendo os nomes de Haddad, Belivaldo e Rogério como seus candidatos, os quais exploraram ao máximo o discurso de “Lula Livre”, como um refrão bem sucedido do marketing durante toda a campanha.

Apurados os votos, viu-se que na região Nordeste, as urnas confirmaram a eleição de 9 governadores, 4 senadores do PT, e outros tantos, entre seus aliados.

AS FAVAS CONTADAS E O IMBRÓGLIO DA SUCESSÃO

O primeiro passo a ser tomado, antes de qualquer discussão sobre o tema, seria aguardar a finalização do processo no TSE. Mas como poucos são os que acreditam na punição máxima da perda de mandato do governador, vamos raciocinar com parcimônia, sem previsão antecipada, deixando esse assunto tão delicado, a cargo da Justiça que tem competência para resolver. 

Não é demais registrar que apoiadores do esquema de poder, esquentam as mídias dando como favas contadas mais uma vitória do candidato que for apoiado pela máquina do governo do Estado e de quase todas as prefeituras, inclusive a de Aracaju,  confirmando mais quatro anos de domínio político do agrupamento. A única dúvida nessa equação é se Edvaldo apoiaria a Rogério Carvalho, o candidato natural do PT ao governo do Estado, tendo em vista que romperam ou esfriaram os seus laços políticos nas eleições municipais de 2020, com as tintas da desconfiança. 

O Senador Rogério Carvalho, no período da eleição, ainda terá seis longos anos de mandato. Portanto, é  esperado que, tendo mandato e tempo, almeje uma candidatura de governador. Sabe-se que Belivaldo e Edvaldo hoje em dia rezam numa mesma cartilha. Se assim for como fazer um arranjo político para que o PT conte com o apoio dos dois mandantes, o do governador de Sergipe e do prefeito de Aracaju, se há, como é público e notório, queixas tão evidentes? Uma boa pergunta a ser respondida no prazo das desincompatibilizações, começo de abril de 2022.

Pode ser que Edvaldo seja picado pela mosca azul e resolva renunciar a prefeitura para disputar o governo, fato que agradaria sobremaneira ao governador Belivaldo, uma vez que a sua correligionária do PSD, e sua protegida, a delegada Katarina sentaria na cadeira hoje ocupada pelo ex-comunista para exercer um mandato com duração de dois anos e nove meses.

 

A BALA NA AGULHA

Aí é onde a porca torce o rabo, pois esse é o projeto tentador de Belivaldo, uma bala na agulha à espera para ser disparada. Mataria dois coelhos de uma só cajadada, deixando no governo como seu sucessor o mais recente e leal amigo e na prefeitura a mais nova e fiel amiga que a politica arranjou para ele, se a eleição vingar. Como eu costumo lembrar: “A política é arte do diabo!”. 

O ELEITOR COM A PULGA ATRÁS DA ORELHA PODE ESTAR PERGUNTANDO AOS SEUS BOTÕES

Mas o eleitor comum, como hoje é o meu caso, pode não estar pensando dessa forma. Fica  com a pulga atrás da orelha, perguntando aos seus botões: se o homem não tem voto, se Lula, o grande eleitor de 2018, está em liberdade, a bolsa família continua sendo paga e não tem mais padrinho, se este discurso já perdeu o sentido, qual o próximo discurso a viabilizar a eleição do candidato do governo?

O que esperar do apoio de um governo a um candidato à sua própria sucessão , cuja atuação ainda não ganhou a confiança nesses três anos de mandato, e que aparece aos olhos da população como insípido, inodoro e incolor?

Muito tempo ainda pela frente para uma avaliação segura.

TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO, E HÁ TEMPO PARA TODO O PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU (ECLESIASTES 3:1)

No  meu humilde  pensar, melhor a turma do governo, e da própria oposição,  mudar de foco, nesta fase triste pela qual passa o nosso Estado, com mortes e infestação por coronavírus em alta. Seguir o conselho do Eclesiastes, aguardar o tempo certo. Agora é o momento de combater a pandemia como prioridade número 1, lutar para salvar vidas, estruturar o sistema de saúde e prover os hospitais de respiradores e leitos, imunizar em massa a população contra a COVID-19, ao invés mergulhar em planos e articulações para manter-se no poder, salvar secretarias e cargos em Comissão,  vantagens e privilégios ou ganhar mandatos eletivos nas eleições de 2022. 

 

Antonio Carlos Valadares – ACV

Advogado, ex-governador, ex-senador da República

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RETALHOS DA POLÍTICA – CROCODILOS & JACARÉS

NA ESCOLA DE QUÍMICA UMA REFERÊNCIA NO BRASIL

Passei no vestibular da Escola de Química Industrial, que funcionava em prédios localizados nas imediações do Estádio de Aracaju, hoje Batistão. Tratava-se de uma escola respeitada em todo o Brasil. O seu diploma era um passaporte para um bom emprego, principalmente na PETROBRAS. 

Em função do prestígio e da fama da Escola de Química, seus alunos eram comumente convocados por instituições públicas ou privadas para suprir as deficiências de seus quadros em disciplinas do campo de exatas como química, matemática e física. Foi desse modo que, no segundo ano de faculdade terminei sendo professor por um período de três  anos, antes de me formar, ministrando as disciplinas matemática e física no Atheneu, colégio onde estudei, e completei o meu curso científico.

Estudava e trabalhava para pagar a pensão de D. Helena, na rua de Pacatuba. Em frente a essa pensão morava uma bela garota com a qual mantinha uma paixão platônica. Era um apaixonado e essa garota nunca soube. A timidez impedia de me declarar. Ficava aguardando a sua saída para o Colégio, e só saia da janela quando a sua silhueta desaparecia da minha vista … 

Ingressei na militância da política estudantil. Fui eleito presidente do Diretório da Faculdade de Química. Montei um jornal que, dentre outras matérias, trazia novidades e artigos sobre a profissão do Químico Industrial. Passei uns tempos fazendo estágio profissional na Refinaria Landulpho Alves, na Bahia. 

VITÓRIA PARA PREFEITO

No último ano de faculdade, fui eleito Prefeito Municipal de Simão Dias, aos 22 anos de idade. Ficava entre Aracaju e Simão Dias,  com muito esforço terminando o curso da faculdade e administrando o município. Quando as aulas na faculdade estavam apertando, o meu vice-prefeito Dermeval Guerra quebrava um galho e me substituía na função de prefeito municipal com muito zelo e lealdade. No final do ano, ao receber o meu diploma de Químico Industrial, fui homenageado pelos meus colegas, que me entregaram a missão honrosa de ser o orador da turma, cuja colação de grau se deu no recinto do Teatro Atheneu, contando com a presença do governador Lourival Batista.                                                   

O TOSTÃO CONTRA O MILHÃO

Quando eu exercia o mandato de prefeito, governava Sergipe doutor Lourival Baptista, em cujo período não tivemos uma boa parceria administrativa, possivelmente por motivos de natureza política. Mas em outras etapas de nossas vidas políticas passamos a ter um ótimo relacionamento. Um figura sábia, esperta e dedicada da lista de grandes políticos de nosso estado. Apoiado pelo regime militar Lourival fez um governo realizador, e, em termos de rodovias foi um dos melhores governadores. Foi de sua iniciativa a construção da rodovia asfaltada entre a BR 101 e a cidade de Simão Dias. 

A eleição municipal que me conduziu à prefeitura de Simão Dias foi uma das mais disputadas entre aquelas que vivenciei em toda a minha carreira política. Lauro Nascimento, meu adversário,  contava com o apoio de todas as forças políticas e econômicas tradicionais do município, inclusive do governador do Estado, filho de Simão Dias, Sebastião Celso de Carvalho e do prefeito Nelson Pinto de Mendonça. Foi uma grande reviravolta na política local, um jovem com 22 anos de idade, conseguir vencer uma estrutura político-partidária fortíssima.

Enfrentei, com muita coragem e dedicação o desafio de lutar por uma mudança nos rumos da administração e da política do município sem saber, por antecipação, qual seria o resultado, e qual seria o meu destino, caso perdesse a eleição. Os analistas políticos do Estado diziam que não havia como o filho de Pedro Valadares ganhar aquela eleição.  Nos comícios eu sempre terminava os meus discursos em tom de luta heróica : “Por isso eu digo ao meu povo, essa é a batalha do tostão contra o milhão!).

Caso o nosso projeto político não lograsse êxito, possivelmente iria me dedicar às  minha profissão de químico na Petrobras, ou em alguma empresa privada no sul do país, deixando de existir como político.  Com 353 votos de frente derrubei o tradicionalismo, ou melhor dizendo, as oligarquias de Simão Dias. A figura de Pedro Valadares, meu pai (que havia falecido há dois anos atrás),  e a presença constante de D Caçula e Zé Valadares,  este já exercendo o mandato de deputado estadual, tiveram influência decisiva naquela virada histórica, uma jornada realmente emocionante (na foto, posse na Câmara de Vereadores).

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

Em 1967, quando iniciei o meu mandato de prefeito minhas prioridades: educação e saúde. Abri escolas nos povoados mais distantes; levei para servir ao município uma instituição federal de saúde muito requisitada na época, a Fundação SESP. Certa vez, olhei para a avenida  Coronel Loyola, na época porta de entrada da cidade – que tinha uma pavimentação ultrapassada, de pedras brutas, um grande desafio – e disse pra mim: “se eu puder, será a primeira obra, colocar ali paralelepípedos”. Fiz a obra. Pavimentei quase toda a cidade. Nenhum calçamento era feito sem esgoto. Construí o primeiro conjunto habitacional da cidade, de cem casas. Fiz escolas, estradas, pontes e postos de saúde. 

A política municipal só era quente no período da eleição. Nós éramos chamados de Crocodilos, enquanto que os nossos adversários, sob o comando do ex-Governador Celso Carvalho, eram os Jacarés. Duro no embate eleitoral, experiente, elegante, educado, o doutor Celso, se retirava quase por completo dos atritos do dia a dia logo após o resultado do pleito, quando o seu grupo perdia a eleição. Era luta entre dois grupos políticos que disputavam a preferência do eleitorado e , ao longo do tempo, se alternavam no comando da prefeitura. A paz existia de verdade, nem ameaças, nem perseguições, só se gastava língua e saliva, rolavam buxixos, é bem verdade, mas nunca houve violência para conter o crescimento do outro. Por essa razão é que Simão Dias era conhecida como a Suiça Sergipana.

O BARÃO DO MERCADOR

O avô de Celso Carvalho,  pelo lado materno, provinha de Sebastião de Andrade, o Barão de Santa Rosa,  e pelo lado paterno, tinha parentesco com Joviniano de Carvalho, que foi, na República,  várias vezes deputado federal no início do século XX. Por isso, para expor sua origem nobre eu o cutucava nos comícios chamando-o de Barão do Mercador (Mercador , nome da fazenda de Celso). Mas ele ficava irritado só um pouco com minhas provocações, respondia nos comícios, alteando a voz, que tinha orgulho de sua descendência, e discorria sobre a árvore genealógica de sua família de barões e baronesas…

Em muitas oportunidades, confesso que aprontei muitas armadilhas e criei sérias dificuldades em todas as eleições  para o Dr Celso, deixando-o preocupado e vigiando os meus passos. Ele despertava uma verdadeira paixão entre seus aliados pela persistência e interesse na política, despendendo recursos que, por certo, lhe causaram muitas despesas e prejuízos financeiros. 

Certa vez, por uma dessas distorções da política então vigente, chegamos a pertencer a um mesmo partido, a ARENA. A sublegenda se encarregava de fazer a separação política dos dois grupos. Foi aí que resolvi preparar-lhe um golpe político, um verdadeiro cheque-mate, que expôs com todas as letras a fragilidade e o artificialismo do sistema eleitoral que adotara a sublegenda. Já que ele estava na mesma agremiação política que a nossa – só pela conveniência de colocar-se debaixo do guarda-chuva do governo – e como, pela própria rivalidade local, era impossível o diálogo, cheguei à conclusão de que numa situação esdrúxula como aquela, quem fosse o mais forte, internamente, é que tinha que dar as cartas. E o nosso grupo dentro daquele quadro partidário confuso, era o mais forte para o azar de Celso.

Por seus projetos de conveniências políticas deixou-se encurralar pelo seu adversário que mantinha segura a chave do partido. Nenhum político espere pela benevolência de seu adversário quando este detém o poder de comando para decidir uma questão partidária. 

A SUPREMACIA DO DIREITO DA MAIORIA: CANDIDATO ÚNICO

Veja como tirei Celso de Carvalho de campo naquela partida. Vou contar como foi. Na eleição municipal de 1970, como o nosso grupo tinha maioria no diretório do partido, simplesmente obedeci à risca o que mandava a legislação: apresentei no Cartório Eleitoral a chapa completa do nosso grupo, onde constavam os nomes dos candidatos a Prefeito, a Vice e Vereadores. Celso só poderia ter a sua própria chapa se o nosso diretório a apresentasse. Ora, veja se isso poderia ser fácil! O radicalismo político entre os dois grupos na época era muito grande, afastava as pessoas, criava inimizade entre as famílias, traduzindo em miúdos, o óleo não se mistura com a água.

O próprio governador, Lourival Baptista entrou em ação, convocando-me para uma conversa no Palácio Olímpio Campos, fazendo toda pressão possível, insinuando até que os militares poderiam reconduzi-lo ao governo, permitindo a reeleição de mandatos de executivos. Foi em vão todo esse trabalho de convencimento: naquela eleição o grupo de Celso Carvalho ficou de fora. Não apresentou sequer um candidato a Vereador.

Recebi pressões de todos os lados para que eu registrasse também a chapa dos adversários. Eu entendia que se queriam disputar a eleição, tinham que fazê-lo se filiando a um partido de oposição (MDB), mas com a minha caneta jamais eu poderia contribuir para o trucidamento, para a divisão pública do nosso município, facilitando a vida do adversário que não queria largar o osso do governo, enquanto queria derrubar o nosso grupo …  Eu desejava dar um ponto final nessa verdadeira contrafação da política, de você ser obrigado a dormir com o inimigo, e ainda lhe dar a faca para ser ferido depois. 

Não imaginem como o nosso grupo comemorou a peça que pregamos nos adversários… (na foto, ex-governador Celso de Carvalho).

FOI UM PRÊMIO JUSTO A UM SERVIDOR DO POVO

Na eleição municipal de 1970 o povo de Simão Dias votou para Prefeito no candidato único José Neves da Costa, vereador de muitos mandatos. Tinha um verdadeiro computador em sua memória, sabia pelo nome e sobrenome, onde morava um eleitor, e a que família pertencia. Um homem simples, pobre e honrado. A sua indicação foi a coisa mais justa que poderia ter acontecido. Um justo prêmio a um amigo incondicional não apenas de nossa política, acima de tudo, um servidor do nosso povo. Simão Dias muita devia ao velho Zé Neves. Fez uma excelente administração, o seu mandato durou apenas dois anos, cumpriu com o povo além do que prometeu em campanha. Governou com simplicidade e correção. Contribuiu com a sua ação administrativa e política para a eleição do seu sucessor, José Matos Valadares.

Anos após, assim que cheguei ao governo do Estado, procurei afastar as antigas divergências com doutor Celso e o seu grupo político. Estendi o tapete da conciliação e consegui afastar as rivalidades e mágoas geradas na luta e na fricção política entre Crocodilos e Jacarés. No poder, entendia que tinha de ser magnânimo 

VUCO VUCO – ONDE A PORCA TORCE O RABO

ESTÃO MEXENDO AS PEDRAS DO XADREZ DA SUCESSÃO (2020►2022)


 

 

➤ Vai ser preciso muito contorcionismo por parte da turma do governo aceitar uma candidatura do PT contra Edvaldo. Por outro lado, como ajeitar correntes do PT que se apegam aos cargos como visgo de jaca? Se for tomada mesmo uma diretriz da candidatura própria o partido vai exigir a entrega dos cargos. É aí onde a porca torce o rabo.

►Jair Bolsonaro não sabe o que faz com a briga provocada por filhos, amigos e auxiliares. Melhor chamar o feito à ordem e tocar o governo. Não bastam os 13 milhões de desempregados?

➤ Políticos da base do governo de Sergipe aguardam com uma certa impaciência as nomeações de CC’s que têm aparecido no DO à conta gotas. Dizem que no próximo mês a lista vai se agigantar. Mas há quem afirme que Belivaldo vai apertar os cintos e mostrar a eles o seu pescoço grosso para, enfim, conformarem-se  que o Estado não aguenta. O deputado Garibalde foi uma exceção, apareceu tinta na caneta do governador e o DO rodou pra atendê-lo. 

► A sucessão em Aracaju vai render muito assunto até chegar o Dia D dos partidos, quando então será  batido o martelo das composições políticas,  a partir de abril de 2020.

Ao que parece o prefeito Edvaldo, que pleiteia a reeleição – apesar da mãozinha que JB pretende oferecer-lhe -, não está conseguindo parar o projeto do PT que sonha ocupar o mesmo lugar que um dia fora de  Marcelo Déda (PT), uma liderança que, com carisma e  trabalho, conseguiu ser prefeito da capital por duas vezes consecutivas. Para completar sua brilhante carreira, interrompida com sua morte prematura,  Déda elegeu-se governador em 2006, ganhando a reeleição em 2010.

O problema é que Edvaldo ainda não conseguiu trazer pro seu lado as grandes multidões e se impor como líder dos Aracajuanos, como foram João Alves, o próprio Jackson e Déda. 

Rogério Carvalho vai seguir mesmo a orientação política  de JB? Embora o futuro esteja em aberto, até para nada de novo acontecer no front, no entanto, o senador Rogério parece disposto a facilitar a criação de um novo projeto do PT para Aracaju, com os olhos voltados para o governo do Estado, em 2022. Na Fan Fm o senador foi taxativo: o que JB falar não é importante para os rumos do PT. https://is.gd/kXFFrz