política
KOISAS DA POLITIKA – A ESTRELA OU O MARTELO & A FOICE
NOS ENTRETANTOS, EM JOGO O GOVERNO DO ESTADO
Interpretando as entrelinhas deixadas pelo senador Rogério Carvalho na entrevista que ele deu no programa radiofônico de André Barros, ficou mais do que evidenciado que só haverá uma hipótese para o PCdoB e o PT estarem juntos nas eleições municipais do próximo ano: se o prefeito Edvaldo Nogueira desistir da reeleição e passar o comando do processo para o PT. Nessa hipótese o PT apresentaria o candidato a prefeito.
Ao ser perguntado se o PT entregaria os cargos que tem na prefeitura de Aracaju, o senador desconversou, gaguejou, pigarreou, para, ao final dizer que a caneta está nas mãos de Edvaldo. Complementou com o raciocínio de que o PT ali está, e merece, porque ganhou a eleição junto com Edvaldo.
Foi dado ênfase pelo senador ao fato de que Edvaldo talvez não esteja com os pés no chão, e, por isso, tenha uma equivocada interpretação da realidade política ao insistir na sua pretensão em continuar sentado na cadeira de prefeito.
Com efeito, se somarmos o tempo de vice-prefeito com o de prefeito, em dezembro de 2020 Edvaldo Nogueira completará 13 anos de poder, em cujo período quando o PT não estava governando (Marcelo Déda), participava do governo municipal com a indicação do vice (Silvio Santos e Eliane).
Trocando em miúdos: se Edvaldo abrir mão de sua reeleição, gesto visto como duvidoso e praticamente impossível, seria uma surpresa alentadora a merecer elogios de todos os lados.
Afinal, poucos os que fizeram isso, tendo a caneta na mão como ele tem agora. Se assim o fizesse, na certa teria que passar o bastão da campanha para as mãos do PT, um partido reconhecidamente aliado, que o apoiou todas as vezes em que foi candidato a vice ou a prefeito. Além disso, o PT teria o instrumento financeiro que nenhum partido tem, o maior fundo eleitoral de campanha do Brasil.
O PODER NAS MÃOS DE QUEM FICA?
É sabido que ao longo de todo esse tempo em que os dois partidos estão juntos, pouquíssimos foram os desencontros.
Até o presente momento, mesmo que tenha alguma discordância íntima contra a forma de atuação de Edvaldo, o PT ao integrar o governo da capital, assim ou assado, terminou coonestando com Edvaldo em tudo o que ele fez de certo ou errado. O comprometimento e as impressões digitais do PT estão mais do que expostas aos olhos de todos os eleitores.
A conclusão que se tira em relação a esse affair entre o PCdoB e o PT, é que por detrás disso não existe apenas o desejo natural de troca de guarda no poder da Capital.
No fundo o senador Rogério, que tem se revelado um estrategista político, alimenta o sonho de chegar ao governo por essa mesma via em que vários partidos, incluindo o próprio PT – ganhando o troféu da prefeitura de Aracaju.
Eliane, na disputa pela prefeitura, seria a candidata preferencial, porque assim, a vice de Belivaldo sairia da linha da sucessão de 2022, deixando Rogério Carvalho mais à vontade e mais livre para preparar sua candidatura ao governo do Estado.
Eliane, que não tem nada de inocente útil, não digeriu ainda – como à primeira vista deixa transparecer com um silêncio conciliador e compreensivo -, as exonerações que Edvaldo fez de pessoas ligadas a ela. Todavia, essa possível queixa, que fora alimentada por uma ingratidão de Edvaldo, morrerá para sempre se Eliane tiver o apoio de Edvaldo no projeto do PT de candidatá-la a prefeita.
MELHOR CONSULTAR OS RUSSOS
Embora a sucessão para o governo esteja ainda muito longe, e ainda seja apenas uma miragem, vê-se que tanto Edvaldo como Rogério procuram um mesmo oásis repleto de água doce e de tâmaras, que é o poder estadual, mas tendo antes o comando da prefeitura mais poderosa, o que eles consideram um achado, um caminho mais fácil para que, um ou outro, seja eleito governador.
Mas, conversando com os meus botões, e me lembrando do saudoso Garrincha, o inigualável ponta-direita de nossa seleção canarinha, seria melhor que antes de tudo, Rogério e Edvaldo combinassem com os “Russos”.
ACV
KOISAS DA POLITIKA – MILAGREIROS E SALVADORES DA PÁTRIA
BULIR NA PREVIDÊNCIA VAI DAR PRA RESOLVER?
A reforma da Previdência que antes era considerada uma panaceia, com o poder de contornar a crise econômica que produziu mais de 13 milhões de desempregados, agora já não é mais encarada assim.
Economistas e políticos comprometidos com as mudanças nas aposentadorias dos setores público e privado, agora consideram que a reforma da Previdência não é suficiente para resolver por si só a crise e atrair investimentos.
NÃO É BEM ASSIM
Os olhos dos defensores da reforma da Previdência, certos de sua aprovação sem maiores divergências no Senado, voltam-se para a reforma tributária, como solução definitiva, para a retomada do desenvolvimento e a inversão da ascendente curva de desemprego que tanto humilha os brasileiros.
Estados e Municípios ficam fora da reforma da PEC da reforma nas votações da Câmara até o momento, e, no 2º turno essa decisão será ratificada. O Senado quer incluí-los numa proposição apartada da principal, com o nome de PEC paralela.
Mas, de todo modo, mesmo sendo aprovada no Senado, a PEC paralela terá de passar obrigatoriamente pela Câmara, onde as bancadas partidárias não veem com bons olhos o fato de governadores e prefeitos se livrarem do desgaste a que elas foram submetidas no período dos debates da reforma da Previdência.
A economia não é uma ciência exata, apesar da pregação falaciosa dos que se apegam às suas regras como se fosse uma terrível religião, onde o Deus é o mercado, e o povo, através de seus representantes, é apenas um instrumento de verificação ou de experimentação.
Se uma fórmula não der certo, tenta-se outra, até que se chegue perto do resultado planejado, ou mesmo de uma retumbante catástrofe, como se fôssemos um laboratório.
METER A MÃO EM BURACO DE TATU?
Nessa etapa, por conveniência política, governadores e prefeitos, notadamente os do Nordeste, para não perderem votos, não fizeram o mínimo esforço, e procuraram não se envolverem em tema tão polêmico e desgastante, apesar da torcida para verem a reforma da Previdência aprovada.
Como a tramitação da PEC paralela demora muito para a sua finalização, sem nenhuma certeza de sua aceitação pela Câmara dos Deputados, os Estados e Municípios que têm governadores e prefeitos que não querem correr o risco de meter a mão em buraco de tatu, ficarão à espera de uma solução que venha do alto.
Enquanto governadores e prefeitos continuam em compasso de espera, o impasse continua em suas unidades federadas, com o crescente aumento do rombo nas contas de seus sistemas de previdência, provocando atrasos na folha de pagamentos de ativos e inativos, e sem qualquer capacidade de investimentos em obras de infraestrutura, ou mesmo tomar empréstimos para esse fim, pela desconfiança de bancos privados e públicos.
A MÃE DAS REFORMAS NEM QUE SEJA POR ÚLTIMO
Vamos acompanhar com interesse o desenrolar dos acontecimentos no Congresso Nacional, onde, como está mostrando, será o caminho para resolver ou piorar a crise.
A reforma da Previdência praticamente chegou ao seu ponto final, uma vez que o Senado só vai cumprir a tabela, e homologá-la sem mudar uma vírgula, apenas acrescentando a questão dos Estados e Municípios.
Vem aí a reforma Tributária, que pode distribuir mais equitativamente as receitas, beneficiando os entes subnacionais.
E a reforma política, a “Mãe das Reformas”, quando virá?
Se bem feita, evitará a eleição de milagreiros e salvadores da Pátria para a presidência da República, e de parlamentares desatentos e infiéis a programas e propostas que levaram o povo a votar neles.
ACV
KOISAS DA POLITIKA – DERROTA DOS GOVERNADORES NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A reforma da Previdência avança na Câmara dos deputados com a leitura do parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). A matéria tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados e poderá ser votada nesta quarta-feira, quando serão discutidos destaques para voto em separado e emendas dos deputados.
A decisão do relator em não incluir Estados e Municípios na reforma repercutiu negativamente no seio dos governadores. Todos querem a reforma mas preferem, notadamente os do Nordeste, não meterem a cara em sua defesa com medo do desgaste.
É sabido que no Nordeste há uma influência muito forte do PT que elegeu todos os governadores da região, inclusive o de Sergipe, Belivaldo Chagas. Os partidos de esquerda, a começar do PT, radicalizam contra a reforma da Previdência. Como há uma diretriz partidária que obriga a seus parlamentares posicionarem-se contra a reforma, sob pena de perda de mandato, o governadores ficam sem espaço para atuar e pedir em favor de sua aprovação, pelo menos em relação a deputados do partido de Lula.
Os governadores do Nordeste passaram o tempo todo fazendo um discurso meio enviezado, dando um apoio um tanto quanto encabulado, postando-se a favor mas com alguns poréns, colocando alguns pontos de discordância, como mudanças do benefício de prestação continuada (BPC), na aposentadoria rural, na desconstitucionalização e na capitalização. Eles sabiam que esses pontos por conta do desejo dos parlamentares seriam de qualquer forma retirados do projeto original da reforma. Foi só um alarido político, uma desculpa como condição para “apoiarem” a reforma, ou um recado aos seus eleitores fiéis que se contrapõem ao projeto.
Pelo parecer do relator, que certamente será aprovado pela Comissão, Estados e Municípios estão fora do texto da reforma e tudo indica que no plenário da Câmara essa tendência vai se confirmar.
Foi um derrota acachapante essa retirada da pretensão dos governadores. Eles sonhavam com uma deliberação favorável à reforma da Previdência sem terem nenhum desgaste, com todo o ônus ficando nas costas do Congresso. Deputados e Senadores parecem não estar nem aí com a estratégia dos governadores.
Os parlamentares federais sabem que nos Estados e Municípios moram as suas dificuldades futuras, nas eleições do próximo ano, quando muitos deles serão candidatos a prefeito, e, nas de 2022, à reeleição e na disputa para outros cargos eletivos, passando por candidaturas majoritárias, governadores e senadores. Se há desgaste, eles pensam, que seja geral e irrestrito.
Governadores, prefeitos, deputados estaduais, cada um com sua cruz, terão que assumir uma posição pública em torno da reforma que lhes interesse. Por isso que eles acham, os deputados federais, que cada um cumpra o seu papel e ganhe o desgaste ou a aprovação da opinião pública ou rejeição da classe dos servidores.
A bola foi jogada de volta para os Estados e Municípios.
Mais um aperto considerável na vida dos governadores e prefeitos, os quais, para equilibrarem as suas contas avalizam que sem uma reforma consistentes em seus sistemas de previdência não há saída para um desafogo. . Para tanto, terão que enfrentar nas Assembléias Legislativas e na Câmaras fortes movimentos organizados por servidores, como greves e protestos, em defesa de seus direitos ameaçados.
Veja os pontos principais do parecer do relator, sobre a reforma da Previdência:
Entenda as principais alterações do novo parecer:
Veja os pontos principais do relatório:
Estados e municípios
De acordo com o parecer do relator esses entes federados ficam de fora da reforma. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda tenta uma solução para incluir os governos regionais no texto. Estados e municípios só poderão ser incluídos se for aprovado em plenário um destaque de voto em separado, o que é muito difícil. O próprio governo, porém, já admite que os estados podem ficar de fora, pois os governos locais comandados por partidos da oposição não se comprometeram com a defesa das mudanças nas regras de aposentadoria.
Policiais federais e rodoviários federais
O relatório fixa idade mínima de 55 anos, mas a bancada do PSL pressiona para derrubar essa exigência. O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que, se houver desidratação, ela será pequena. Caso os pedidos das duas categorias fossem integralmente atendidos, o impacto seria de R$ 4 bilhões em dez anos.
Professoras
O relator da reforma propõe que as professoras tenham direito a integralidade (último salário da carreira) e paridade (mesmo reajuste salarial dos ativos), 57 anos de idade. A primeira versão do relatório previa que as professoras só teriam essas vantagens aos 60 anos.
Políticos
O relatório eleva a idade mínima de aposentadoria dos políticos de 60 para 65 anos e impõe pedágio de 30% sobre o tempo que falta para aposentadoria, mas os parlamentares pressionam para flexibilizar a regra.
Valor do benefício
O parecer considera a média de todas as contribuições dos trabalhadores, mas há pressão para adotar uma fórmula mais vantajosa, com base na média das 80% maiores contribuições.
Regras da aposentadoria
A reforma muda a previdência dos servidores públicos. Hoje eles precisam cumprir uma idade mínima e só podem se aposentar aos 55 anos para mulher e 60 anos para homens. Agora, a idade mínima vai subir para 62 anos se for mulher e para 65 anos para os homens.
Os trabalhadores do setor público também terão regras de transição, no mesmo sistema de pontos usado para o setor privado. A idade mínima para se beneficiar das regras são 56 anos para mulheres e 61 anos para os homens. Em 2022, essa idade sobe para 57 anos (mulheres) e 62 anos (homens).
O tempo mínimo de contribuição exigido será de 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres, como no regime do setor privado. Mas, eles precisam estar há 20 anos no setor público e cinco anos no cargo.
Querendo saber mais detalhes de como ficará a nova reforma da Previdência, segundo parecer do Relator, na Comissão especial consulte aqui
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ACV
KOISAS DA POLITIKA – EM 15 MESES DE GOVERNO, CHEGOU PRA RESOLVER?
15 MESES DE GOVERNO
Belivaldo assumiu o poder em caráter definitivo no dia 1º de abril de 2018, em face da renúncia do governador Jackson Barreto que entregou-lhe o cargo para disputar um mandato de Senador da República. O seu governo completou na segunda-feira, dia 1º de junho, exatamente 15 meses de duração.
Desde aquele já distante 1º de abril, Sua Excelência tornou-se chefe do executivo estadual, e não consta que em todo esse período em que governa com diário oficial e tudo o mais à sua disposição, tenha se afastado do cargo.
Pelo contrário, tendo vivido, e conhecido a intimidade da máquina estatal, apesar da quebradeira anunciada, encantara-se com sua magnitude e influência, passando desde então a manobra-la com requintes profissionais e estratégias bem planejadas. Usou-a com a ajuda de sua caneta bic pra marcar, em ritmo alucinante, a inauguração de obras e pra dar ordens de serviço em municípios e povoados que lhe pudessem dar votos; nomear com uma voracidade eleitoreira impressionante, como é do seu mais novo estilo, cabos eleitorais e apaniguados políticos, dando-lhes como única obrigação dedicarem-se com afinco à sua campanha para reeleger-se governador.
No entanto, o seu marketing, para dissimular um prazo menor de governo distribui releases divulgados pela mídia, contando maravilhas que aconteceram nos últimos 6 meses, omitindo o período anterior, de 9 meses, entre abril e dezembro de 2018, tempo em que governou sem nenhuma interrupção.
Deve-se assinalar que, no tempo compreendido entre janeiro de 2015 até abril de 2018, ele e o seu antecessor fizeram tudo juntos, a quatro mãos, como costumava dizer em tom de agradecimento o ex-governador Jackson Barreto.
Só se fala nos primeiros 6 meses da “nova” gestão. O período anterior de 9 meses que, somado ao atual, é igual a 15 meses de governo, não entra na conta.
POR QUE ESCONDER A DATA DO INÍCIO DO GOVERNO?
Por que motivo o governador está naquela de convencer aos menos exigentes, que esqueçam os 9 meses de governo do ano de 2018 D.C.? Perguntar não ofende, sua excelência exerceu ou não exerceu com todas as formalidades legais o poder que lhe dera o seu antecessor ao renunciar? Não creio que alguém teria ocupado esse espaço em seu lugar pelo seu estilo concentrador com viés autoritário.
Então, seria porque quem lhe passara a faixa caiu em desgraça aos olhos dos eleitores? Seria para evitar mais algum desgaste que pudesse contaminar a sua caminhada? Afinal, se o governo do seu antecessor não valeu a pena, apesar de seu intenso protagonismo em todas as decisões, por que então assumiu no seu lugar com todos os poderes que a Constituição lhe garantia em 1º de abril do ano passado, inclusive com o ônus do desgaste?
Ou será que ele quer que o povo esqueça o que fez no ano passado pra ganhar as eleições, quando ultrapassou a linha divisória do bom senso, e deu motivo à procuradoria eleitoral para pedir a cassação por inteiro da chapa de governador e vice, cuja denúncia está pendente de julgamento no TRE?
MOSTRAR O QUE FEZ E INCUTIR OTIMISMO
Já é tempo de o governador Belivaldo mostrar o que fez em 15 meses. O povo pode perder a paciência e começar a fazer lorota de seu marketing de campanha de que “chegou pra resolver”.
Tem que começar a espalhar otimismo e confiança com ações concretas de governo. É pura invencionice ou conversa para inglês ver, para ganhar tempo e afastar cobranças, utilizar-se da descoberta do gás natural na costa sergipana pela Petrobras, como premissa para resolver problemas graves de nossa economia e da gestão administrativa atual.
Vai ser lá pelo ano de 2023, quando ele deixar o governo, que essa riqueza na plataforma continental dará resultados em favor do Estado com o recebimento dos primeiros royalties.
TURISMO COMO ALAVANCA PRA CRESCER
O turismo foi responsável pela injeção de US$ 163 bilhões no Brasil em 2017, o equivalente a 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano. O valor absoluto é 7% maior que o obtido em 2016, US$ 152,2 bilhões. Os dados fazem parte do estudo econômico elaborado pela Oxford Economic para Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), principal consultoria independente do setor no mundo.
A estimativa das entidades que acompanham a evolução do turismo no mundo é que o Brasil possa criar em 2019 perto de 8 milhões de empregos.
O Nordeste tem um grande potencial para crescer em suas atividades turísticas e Sergipe não pode ficar à margem dessa tendência.
Para tanto deve se preparar para investir no setor, tendo o cuidado de arrumar primeiro a sua estrutura de apoio.
SECRETARIA, OU EMPRESA DE TURISMO?
O caso da hibernação da Empresa de Turismo de Sergipe (EMSETUR), anunciada em entrevista do governador na semana passada, trata-se de uma notícia que não convence.
Como há um evidente fracasso na política de turismo no Estado, procura-se acusar a empresa como única culpada pelo fato de Sergipe ser o lanterninha no roteiro de viagens para o Nordeste.
Se é para fazer economia de gastos, ao invés da extinção pura e simples de uma empresa que tem 48 anos de existência, o melhor seria acabar com a Secretaria de Turismo, deixando sobreviver o seu braço operativo.
Para dirigir a empresa o governo poderia convocar um grupo de técnicos para compor a sua diretoria com a missão de impulsionar a nossa indústria sem chaminés que, ultimamente, sofre por falta de um incentivo maior das autoridades governamentais, tanto do Estado como da Prefeitura de Aracaju.
Foi um absurdo aquela nomeação de um ex-prefeito do interior, o qual declarou sem a mínima cerimônia que a partir daquele ato (o de sua nomeação) seria o coordenador em sua região da campanha política da reeleição do governador Belivaldo. E, logo em seguida, a escolha de outro grupo político para a Secretaria de Turismo e Emsetur, cujos titulares não tinham a menor experiência na área, com o único objetivo de fazer uma alavancagem eleitoral no município de Nossa Senhora do Socorro e compensar a perda de um partido político que havia debandado das hostes do governo.
Todas essas mudanças anunciadas, feitas e comemoradas nas solenidades de posse em sequência, ao sabor do apetite dos partidos e das conveniências das acomodações político-eleitorais.
Destruir a Emsetur alegando que deseja dar um tratamento mais técnico ao problema do turismo em Sergipe, é um bom discurso político, mas não é uma boa solução. E, por detrás dessa decisão pode estar uma estratégia de descarte político. Pela forma como Belivaldo se expressou em uma de suas entrevistas, afirmando que falta experiência ao jovem titular da Secretaria de Turismo, Manoel do Prado Franco Neto, filho do ex-prefeito de Socorro, Zé Franco, um líder político de grande prestígio em Socorro, é possível que a sua intenção seja exonerá-lo , e, em seu lugar colocar um técnico. Tudo bem, mas esse cargo foi oferecido a Zé Franco para socorrer a candidatura de Belivaldo em 2018 que estava perdendo no município de Nossa Senhora do Socorro, em todas as pesquisas eleitorais.
Comenta-se que existe no ar uma suspeita que o frio e calculista Balivaldo, que tem simpatias públicas pelo Padre Enaldo, candidato à reeleição, esteja movendo uma pedra no xadrez de suas jogadas políticas para oferecer a Zé Franco outros espaços fora do turismo em seu amplo e generoso governo de coalizão, e evitar uma divisão desse bloco no município de Socorro.
PROFISSIONALIZAÇÃO DA EMPRESA
Embora não concordando com o meio para resolver (acabar com a Emsetur), concordo com a idéia que surge, ainda que tardia, de se despolitizar o setor turístico do Estado, o qual, há bem pouco tempo só era utilizado prioritariamente como instrumento para atender aos arranjos e conveniências do momento eleitoral.
A estrutura administrativa de Emsetur é muito pequena, não tendo mais do que 10 servidores efetivos em sua folha. Seriam insignificantes os gastos com pessoal, se não fossem pelos cargos em comissão, que são muitos, ocupados em sua imensa maioria por indicações políticas, sem a mínima condição técnica.
Ao invés de cargos em comissão para preencher sua carência de pessoal, muito melhores resultados poderão ser alcançados agindo para fortalecer a Emsetur, repelindo o fisiologismo e profissionalizando a empresa. Caso o governo decidisse pela sua permanência criaria para ela uma estrutura leve, enxuta, moderna e eficiente, como por exemplo, abrindo concurso público para arregimentar servidores com especialização em turismo.
Essa é a oportunidade de ouro que o governo não deve deixar passar, sob pena de arrepender-se lá na frente. Com bons técnicos é possível reverter a situação desfavorável do nosso turismo em comparação com outros Estados do Nordeste, os quais sempre ganham nesse campo de goleada.
A Emsetur, ao longo de sua história teve dirigentes valorosos que se destacavam pela sua atuação meramente técnica, a exemplo de José Sales, Luiz Eduardo Costa, Mozart Santos e José Roberto de Lima Andrade.
ACV
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ACV
KOISAS DA POLITIKA – A DESARMONIA E A REBELDIA ENTRE OS PODERES
A HARMONIA E A INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES
Muito embora a nossa Constituição proclame que os poderes são harmônicos e independentes, nunca foi assim, ao pé da letra, a relação entre o Executivo e o Legislativo.
No presidencialismo, para governar sem problemas, para conseguir aprovar os projetos de seu interesse e não ser incomodado com pautas bombas, o Executivo procura sempre construir uma sólida base de apoio no Legislativo.
A regra geral é o predomínio do Executivo dominando o cenário das decisões no âmbito do Legislativo, e o meio para conter possíveis arroubos das duas Casas do Congresso sempre foi o uso da caneta pesada do presidente, pela distribuição de cargos e verbas aos parlamentares que rezam na cartilha do governo. Esse jeito de o presidente agir, impondo sua vontade incontrastável perante o Parlamento ficou conhecido em nosso regime de governo como presidencialismo de coalizão.
Bolsonaro, com o seu perfil contrastante, não está nem aí para essa história de formação no Congresso de uma base aliada. Na sua cabeça, mora a ideia de que ao sofrer qualquer aperto ou boicote de parlamentares – que são mal vistos pela sociedade de um modo geral -, ele convoca, no seu twitter, as multidões para, em sua defesa, exigir a aprovação de projetos polêmicos que a Câmara resiste em levar à frente.
Esse modo de agir, provoca radicalismos, a construção de dois pólos, um contra e outro a favor, em disputa permanente nas ruas, um movimento de confronto copiado e colado do regime de Nicolás Maduro, da Venezuela.
COMBATE À VELHA POLÍTICA E A GENERALIZAÇÃO
Foi quase sempre assim, a supremacia do Executivo com a força da caneta. Mas, ao que tudo indica, o troca-troca de favores, “você me dá o voto, e eu lhe dou cargos e verbas”, não está funcionando atualmente como era antes, com aquela clareza longitudinal.
O presidente fez a composição de seu governo escolhendo à vontade a sua equipe de trabalho, nomeando quem ele quis, convocando, prioritariamente, militares da ativa e da reserva para postos chaves e, em tal quantidade, que só no regime militar aconteceu tanta arregimentação da farda.
Num regime de governo sério não se escolhe alguém para fazer parte de sua equipe de trabalho pela inclinação religiosa ou pela cor da vestimenta. No entanto, a nível federal, o presidente demonstrando ter um olhar vesgo com os políticos, deu clara preferência, na composição de seu ministério a militares e a religiosos, na tentativa de desvincular-se por completo daquilo que ele chama de velha política.
Neste ponto, qual seja, o de acabar com os métodos atrasados de se fazer política e atrair votos com o toma-lá-dá cá, o presidente está mais do que certo. Ele, todavia, exagera na dose empregada, generalizando os ataques aos políticos sem guardar as exceções. Com base nesse raciocínio preconceituoso, que resvala para uma divergência prejudicial ao seu próprio governo, o presidente mostra-se intolerante ao diálogo, e denota uma natureza com viés autoritário.
Por essa conduta clara de desprezo aos políticos, o presidente está pagando um preço muito alto, limitando, talvez com risco calculado, o seu poder no Legislativo.
A LUTA LIVRE
Com efeito, a Câmara sem consultar o governo, desenterra uma reforma tributária que dormitava em suas gavetas há muitos anos, e a inclui na pauta de seus trabalhos. Ao mesmo tempo, desidrata a reforma da Previdência, arrancando os últimos cabelos do ministro Paulo Guedes, que a patrocina com extremo desvelo, considerando-a uma verdadeira bala de prata para resolver a crise fiscal por que passa o governo.
Dando continuidade a essa verdadeira luta livre entre os poderes Legislativo e Executivo, o Senado, que sempre foi uma Casa dócil, anula o decreto presidencial sobre uso de armas e aprova por longa margem de votos, a criminalização ao abuso de autoridades em meio aos escândalos dos grampos divulgados pelo Intercept, envolvendo figuras emblemáticas da operação Lava Jato, como o atual ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador federal Deltan Martinazzo Dallagnol.
Para jogar mais lenha na fogueira, o presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre , que representa a Câmara Alta – a Casa da moderação e do equilíbrio -, aliado de primeira hora de Bolsonaro, fez declarações tempestuosas contra Moro, usando termos muito fortes :” Se fosse um deputado ou um senador (no lugar de Moro), ele já estava cassado, preso e nem precisava provar se tinha hacker ou não”, afirmou.
É público e notório o descontentamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o qual, vez por outra, extravasa a sua discordância com o estilo do governo bolsonariano, falando cobras e lagartos, espalhando aos quatro ventos a inapetência do presidente para governar, e os erros cruciais do governo. Maia, nas manifestações de ruas organizadas por partidários de Bolsonaro, é apresentado como uma figura grotesca, como alguém que atua no meio político para enfraquecer a autoridade do presidente.
O BRASIL DA ESPERANÇA
O presidente sabe que temos uma democracia consolidada. Aqui não se ganha no grito, nem com atitudes baseadas no populismo demagógico e no autoritarismo, tão ao gosto de ideologias exóticas, que conduzem à ditadura, como bem disse o Santo Padre, o Papa Francisco.
Seria melhor para o governo que houvesse mais diálogo com o Congresso para baixar esse clima de animosidade existente, do qual só podem resultar prejuízos ainda maiores para um povo que sofre com o desemprego e a violência.
Precisamos emoldurar um novo País, o Brasil da esperança, afastando o radicalismo inconsequente e a intolerância nefasta, que desunem e atrasam os verdadeiros projetos para desenvolver a Nação.
(Continue acessando o blog em Widgets, rolando para baixo no seu celular. A sucessão em Sergipe, começa com vetos a nomes para cargos federais).
ACV
KOISAS DA POLITIKA – O FURDUNÇO DA “ESQUERDA” DE BELIVALDO & EDVALDO
ÍNDICE DAS MATÉRIAS QUE VOCÊ VAI LER NESTE POST:
1 – O Furdunço da “Esquerda de Belivaldo & Edvaldo (A Ideologia do Poder – Afinal, o que é Esquerda, e o que é Direita? – O Que Vale é a Ideologia do Poder).
2 – O lenga-lenga do deputado Luciano.
3 – Um governo odiento e perseguidor.
4 – Polícia Civil e Política Militar em Guerra.
5 – Widgests
A IDEOLOGIA DO PODER
Começo afirmando que as ideologias existem. Na mente de parte da população em geral as ideologias podem atrair simpatias. Todavia, como a prática tem demonstrado, as ideologias não têm resolvido a contento a questão do bem estar social.
Ao longo de nossa história, tivemos governos mais ou menos conservadores, de esquerda, de centro-esquerda, ou de centro, e os problemas, no entanto, cresceram sob sua influência, agigantam-se, sem uma solução definitiva.
A saúde e a educação, para citarmos os problemas que mais sensibilizam a população, transformaram-se num verdadeiro pandemônio para as populações mais pobres.
Ainda assim, com muito esforço vamos procurar no plano político, mostrar a grande mentira das alianças que se intitulam de esquerda ou de centro-esquerda, que têm chegado aos governos de Sergipe e do Município de Aracaju nos últimos quatro anos.
A aliança política que elegeu Edvaldo e Belivaldo, tida como de “esquerda” está provocando o maior furdunço na cabeça de muitas pessoas em Sergipe.
Sabemos que na maior parte do interior do Estado, com raras exceções – Estância, por exemplo – quase ninguém se preocupa com essa história de esquerda, direita, liberal ou conservador.
Mas, em Aracaju, em várias eleições alianças menos conservadoras ganharam ostentando um discurso de mudança.
Podemos citar o caso da ascensão de Marcelo Déda que encarnava um perfil muito próximo da chamada esquerda, apesar de que para conquistar o seu segundo mandato teve que fazer uma aliança mais pragmática com Amorim & Cia.
Em relação à postura de Belivaldo não há que se falar em posição esquerdista e a mesma coisa podemos dizer de Edvaldo Nogueira.
Ambos se elegeram com o apoio de figuras carimbadas ou vistas como altamente conservadoras, e exercem um governo espelhando uma coalizão de portas abertas, bastando alguém ter votos e fidelidade canina para ser aceito na confraria.
AFINAL, O QUE É ESQUERDA, E O QUE É DIREITA?
Em poucas palavras, quem tem uma tendência para a esquerda geralmente defende um Estado maior, com a proeminência do governo, ou do Estado, com muita influência para direcionar a economia em benefício da população, buscando um lugar de oportunidades iguais para todos.
Já quem tem um perfil de direita deseja um Estado menor, pensando em abrir espaços para a iniciativa individual.
Se assim entendemos, e sendo correta essa a interpretação no que toca ao credo esquerdista, Belivaldo e Edvaldo, ideologicamente falando, são a contrafação de tudo isso.
Ambos dispõem de uma composição em suas equipes de Secretários que gera o maior furdunço, uma balbúrdia geral e irrestrita.
Tiremos só um caso para exemplificar. O deputado Laércio Oliveira (SD) é considerado um político que não esconde a sua tendência.
Sabemos que o perfil de Laércio não se coaduna nem de longe com o perfil do PT, trabalha arduamente pelo segmento empresarial que representa, o trabalhador para ele é apenas mais uma peça da engrenagem do sistema capitalista, tem o lucro como seu objetivo primacial nas empresas que participa direta ou indiretamente, disputando espaços financeiros no governo do Estado e na Prefeitura de Aracaju.
O deputado Laércio, foi um dos mais ferrenhos defensores da flexibilização da reforma trabalhista, tendo assumido a sua condição de homem de confiança da classe empresarial ao ser escolhido como relator do projeto de terceirização.
Além disso foi um grande aliado até o fim do governo Temer, é aliado incondicional de Bolsonaro, e defende de unhas e dentes, ao lado de Belivaldo, a reforma da Previdência que o PT repudia de corpo e alma.
Sem falar que era considerado um “golpista” porque ajudou a derrubar Dilma, votando no impeachment.
É de se observar que em Sergipe, nas eleições de 2018, siglas partidárias desse jaez, que representam “ideologias” antagônicas se juntaram numa mesma aliança de candidatos proporcionais para aumentar o quociente eleitoral e eleger seus deputados que hoje estão no Congresso em lados diferentes … Quer dizer, para deputado a direitona ajudou a candidatos da esquerda a se elegerem, e vice-versa.
O QUE VALE É A IDEOLOGIA DO PODER
No entanto, apesar de sua coloração altamente conservadora, em Sergipe, dentro do governo e na prefeitura, Laércio está junto com o PT com toda a sua sigla avermelhada, participando com uma fatia invejável de poder nas duas administrações, a de Belivaldo e Edvaldo, que passaram a ser rotuladas ora de esquerda, ora de centro-esquerda, ora de centro, ora de centro-direita, ora de liberal, ora de conservadora, ora de ultra direita …
Ou seja, quem manda em Sergipe atualmente, não tem ideologia.
A salada de tendências é a contrafação de programas partidários e de ideologias, que, para eles, os nossos manda-chuvas de hoje, já morreram há muito tempo.
Para a maioria deles o que vale é a ideologia do poder, são os cargos que pesam nas alianças, e o povo que se fume.
O LENGA-LENGA DO DEPUTADO LUCIANO
O deputado Luciano Pimentel em entrevista ao JC disse que teve problemas com o PSB na eleição e por isso está apenas aguardando uma janela para sair do partido. Que ele queira sair porque resolveu aderir ao governo até compreendemos.
Há pessoas que não têm perfil para ser oposição. Uma delas é Luciano Pimentel.
Quanto ao “desentendimento” que teve com o partido é uma covardia fazer essa afirmação.
Luciano quer justificar a sua desfiliação e sua aderência ao projeto do governo -, bem como a sua votação pífia nas eleições por causa de um mandato incolor, insípido e inodoro -, colocando simplesmente toda a culpa no PSB.
Apesar de tudo, mesmo contrariando outros candidatos de nossa aliança, se eu pessoalmente não tivesse me empenhado em Simão Dias, onde ele obteve mais de 2.500 votos, apresentando como candidato a deputado federal Cristiano Viana (teve quase 10 mil votos) para lhe dar suporte eleitoral, Luciano Pimentel não estaria hoje na Alese. Em todo o Estado foi o município que lhe deu mais votos.
Subestimar ou não levar em conta o apoio de lideranças do nosso Partido à sua candidatura, que garantiram o seu retorno à Alese, como Cassinho (prefeito de Gracho Cardoso), Iokanaã (prefeito de Propriá), Ari (Cumbe), Zé Rosa (Prefeito de Siriri) e Baiano (vereador de Lagarto), é estar convencido de que se reelegeu por conta de seus belos olhos, sem qualquer influência do PSB, presidido por Valadares Filho.
O exemplo de Belivaldo, que abandonou o PSB para aliar-se ao poder e a um grupo político com a intenção de nos destruir, só contaminou aos mais fracos.
O mundo é redondo e a resposta virá um dia.
Portanto, Luciano, seja verdadeiro, deixe esse lenga-lenga de lado, saia do partido com decência, e não nos encare como inimigos, só porque perdemos a eleição.
Fique do lado daqueles que jogaram suspeitas em sua passagem pela Superintendência da Caixa Econômica. E olhe que eu me indispus contra eles ao fazer de público a sua defesa.
UM GOVERNO ODIENTO E PERSEGUIDOR
Tenho evitado referências negativas ao governo Belivaldo. O meu silêncio tinha como objetivo evitar críticas de que estaria inconformado com a derrota eleitoral.
No particular tenho recebido informações de que ele não esconde e extravasa seu ódio contra os Valadares de uma forma doentia.
Embora beneficiado eleitoralmente com as cores de Lula impressas em sua chapa vitoriosa, única explicação para aquela diferença estupenda, só lhe desejo sucesso, mas parece até que quem perdeu foi ele, e não nós. Mesmo assim, aguentei o tranco e preferi ficar calado.
No entanto, já pedindo desculpas aos leitores deste blog, saio um pouco do meu silêncio voluntário a respeito do governador para dizer algumas coisas que estavam entaladas na minha garganta.
O governador Belivaldo, na semana passada, alugou uma rede de emissoras para dar uma entrevista. Em meio a um monte de baboseiras, gastou uma grande parte do seu tempo para depreciar e falar mal da família Valadares.
Sua excelência, com aquela empáfia miúda que passou a ter depois que chegou ao poder, anunciou que estava trabalhando pra deixar os Valadares sozinhos, isolados, sem a mínima capacidade de ação para disputar as eleições municipais em Simão Dias, ou em qualquer outro lugar no Estado.
Se dependesse de sua caneta bic e do Diário Oficial, de fato, essa tentativa de nos apagar de uma vez por todas do cenário político já estaria se configurando.
Mas, como sou um lutador, e ajo com otimismo, confio que esse seu plano de vingança implacável vai cair por terra.
As ofertas de nomeações a companheiros nossos para bandear de lado, algumas poucas funcionaram, mas a grande maioria não deu bolas à pressão exercida pelo seu sistema costumeiro de atrair lideranças. Como fez nas eleições estaduais nas barbas da Justiça Eleitoral.
É aí onde a porca torce o rabo, há um engano de sua parte, excelência! o PSB não constrói prestígio usando a máquina e fazendo perseguições. É o único partido que tendo chegado ao poder, entrega os cargos quando não mais concorda com os rumos do governo.
O nosso partido se move e existe porque tem programa, porque os seus integrantes têm história e serviços prestados. O PSB tem coerência no que promete e faz política em observância aos princípios da ética e do respeito ao adversário.
Há um provérbio árabe que procura interpretar a mente e o caráter do ingrato, dizendo mais ou menos o seguinte: “Oh filho de Deus, que bem eu te fiz para me quereres tanto mal?”.
POLÍCIA CIVIL E POLÍCIA MILITAR EM PÉ DE GUERRA
As polícias Civil e Militar estão cobrando o cumprimento de leis e acordos que o governo do Estado fez no ano passado antes das eleições. Agora a conversa é outra. O TCE para amenizar o descumprimento de tudo que foi acertado, para doirar a pílula e livrar a cara do governo, baixa uma resolução dizendo que não pode e tal. Mas quem pediu essa resolução? São Koisas de Sergipe Del Rei!
ACV
KOISAS DA POLITIKA – BOLSONARO VERSUS CÂMARA, QUEM VENCE?
BALAIO DE GATOS
A reforma da Previdência virou um balaio de gatos. O governo, sem força política na Câmara dos Deputados, não consegue impor a sua vontade para economizar, como planejava, um R$ 1 trilhão em 10 anos.
O fato de a Câmara tomar para si a responsabilidade de aprovar uma reforma da Previdência, contrariando o governo, é o demonstrativo de que as relações entre Bolsonaro e Rodrigo Maia tendem a azedar com o tempo.
O presidente Bolsonaro ao acionar o seu dispositivo contra as velhas práticas da política, querendo ou não, criou um vazio na Câmara cuja liderança está sendo ocupada pelo seu presidente, deputado Rodrigo Maia.
Com a queda do presidencialismo de coalizão, após os escândalos do mensalão e do petrolão, o presidente da República errou na dose, ao generalizar os ataques à velha política, sem considerar as exceções.
É visível que o presidente perdeu o apoio da Câmara. Ele, que passou ali 28 anos, sabe que a Casa é composta de tribos dos mais variados credos, inclusive de lideranças novas e expressivas que nada têm a ver com os velhos caciques, nem com a velha política, nem com os velhos e carcomidos costumes.
Querer mudar a cultura do toma-lá-dá-cá, achando que todos são iguais, é um ato de petulância, que rima com arrogância. É uma atitude de um marinheiro de primeira viagem, fato que não combina com alguém como o presidente Bolsonaro que frequentou a Câmara por quase três décadas.
O presidente tem que entender que a Câmara, com as suas virtudes e defeitos, é a representação popular do Brasil, eleita pelo povo. Só mediante um golpe de Estado ela se apaga e deixa de existir.
PARLAMENTARISMO INFORMAL COM PREDOMINÂNCIA DA CÂMARA
Penso que desse jeito, da forma com a política nacional está marchando, surge no Brasil um parlamentarismo informal, com um presidente da República eleito pelo povo, sem a mínima força para governar, ficando a maior fatia de poder nas mãos do Parlamento.
Que bom que fosse um parlamentarismo mais flexível, tendo a figura do primeiro ministro nomeada pela presidente, com aceitação da Câmara, detendo nas mãos as responsabilidades de Chefe do Governo. O presidente, eleito pelo povo, exercendo o papel de Chefe de Estado com mandato fixo, podendo em casos especiais, mudar o primeiro ministro, o que implicaria em mudar todo o governo, ou extinguindo a Câmara, e convocando novas eleições. Sem causar nenhuma crise institucional, ou comoção popular, como no caso do impeachment de um presidente.
Mais cedo ou mais tarde o Brasil vai ter que retornar a debater esse tema, uma vez que o nosso modelo presidencialista faliu completamente.
Cenário confuso. Tudo acontecendo pela falta de aptidão política do presidente, que considera a maioria do Congresso, pela forma como age, um bando aproveitadores.
Afinal, mais uma vez eu pergunto: pra onde vai o Brasil?
PROVINCIANO E ODIENTO
Tenho evitado referências negativas ao governo Belivaldo. O meu silêncio tinha como objetivo evitar críticas de que estaria inconformado com a derrota eleitoral.
No particular tenho recebido informações de que ele não esconde e extravasa seu ódio contra os Valadares de uma forma doentia.
Embora beneficiado eleitoralmente com as cores de Lula impressas em sua chapa vitoriosa, única explicação para aquela diferença estupenda, só lhe desejo sucesso, mas parece até que quem perdeu foi ele, e não nós. Mesmo assim, aguentei o tranco e preferi ficar calado.
No entanto, já pedindo desculpas aos leitores deste blog, saio um pouco do meu silêncio voluntário a respeito do governador para dizer algumas coisas que estavam entaladas na minha garganta.
O governador Belivaldo, na semana passada, alugou uma rede de emissoras para dar uma entrevista. Em meio a um monte de baboseiras, gastou uma grande parte do seu tempo para depreciar e falar mal da família Valadares.
Sua excelência, com aquela empáfia miúda que passou a ter depois que chegou ao poder, anunciou que estava trabalhando pra deixar os Valadares sozinhos, isolados, sem a mínima capacidade de ação para disputar as eleições municipais em Simão Dias, ou em qualquer outro lugar no Estado.
Se dependesse de sua caneta bic e do Diário Oficial, de fato, essa tentativa de nos apagar de uma vez por todas do cenário político já estaria se configurando.
Mas, como sou um lutador, e ajo com otimismo, confio que esse seu plano de vingança implacável vai cair por terra.
As ofertas de nomeações a companheiros nossos para bandear de lado, algumas poucas funcionaram, mas a grande maioria não deu bolas à pressão exercida pelo seu sistema costumeiro de atrair lideranças. Como fez nas eleições estaduais nas barbas da Justiça Eleitoral.
É aí onde a porca torce o rabo, há um engano de sua parte, excelência! o PSB não constrói prestígio usando a máquina e fazendo perseguições. É o único partido que tendo chegado ao poder, entrega os cargos quando não mais concorda com os rumos do governo.
O nosso partido se move e existe porque tem programa, porque os seus integrantes têm história e serviços prestados. O PSB tem coerência no que promete e faz política em observância aos princípios da ética e do respeito ao adversário.
Há um provérbio árabe que procura interpretar a mente e o caráter do ingrato, dizendo mais ou menos o seguinte: “Oh filho de Deus, que bem eu te fiz para me quereres tanto mal?”.
O DILEMA DE EDVALDO: RECORRE OU NÃO RECORRE?
O prefeito Edvaldo Nogueira se recorrer da decisão do Tribunal de Justiça, vai assinar um atestado de que deseja herdar a todo custo o IPTU inconstitucional de João Alves – que ele continua cobrando apesar da promessa que fez em revogá-lo. Caso não recorra, a decisão da Justiça será efetivada de imediato em virtude do trânsito em julgado.
Uma certeza, no entanto, o prefeito já tem: muitos contribuintes, revoltados com o IPTU abusivo, a partir de agora, vão entrar na Justiça para conseguir abater os valores cobrados a mais pela prefeitura de Aracaju.
O LENGA-LENGA DE LUCIANO PIMENTEL
O deputado Luciano Pimentel em entrevista ao JC disse que teve problemas com o PSB na eleição e por isso está apenas aguardando uma janela para sair do partido. Que ele queira sair porque resolveu aderir ao governo até compreendemos.
Há pessoas que não têm perfil para ser oposição. Uma delas é Luciano Pimentel.
Quanto ao “desentendimento” que teve com o partido é uma covardia fazer essa afirmação.
Luciano quer justificar a sua desfiliação e sua aderência ao projeto do governo -, bem como a sua votação pífia nas eleições por causa de um mandato incolor, insípido e inodoro -, colocando simplesmente toda a culpa no PSB.
Apesar de tudo, mesmo contrariando outros candidatos de nossa aliança, se eu pessoalmente não tivesse me empenhado em Simão Dias, onde ele obteve mais de 2.500 votos, apresentando como candidato a deputado federal Cristiano Viana (teve quase 10 mil votos) para lhe dar suporte eleitoral, Luciano Pimentel não estaria hoje na Alese. Em todo o Estado foi o município que lhe deu mais votos.
Subestimar ou não levar em conta o apoio de lideranças do nosso partido à sua candidatura, que garantiram o seu retorno à Alese, como Cassinho (prefeito de Gracho Cardoso), Iokanaã (prefeito de Propriá) e Baiano (vereador de Lagarto), é estar convencido de que se reelegeu por conta de seus belos olhos, sem qualquer influência do PSB, presidido por Valadares Filho.
O exemplo de Belivaldo, que abandonou o PSB para aliar-se ao poder e a um grupo político com a intenção de nos destruir, só contaminou aos mais fracos.
O mundo é redondo e a resposta virá um dia.
Portanto, Luciano, seja verdadeiro, deixe esse lenga-lenga de lado, saia do partido com decência, e não nos encare como inimigos, só porque perdemos a eleição.
Fique do lado daqueles que jogaram suspeitas em sua passagem pela Superintendência da Caixa Econômica. E olhe que eu me indispus contra eles ao fazer de público a sua defesa.
VEREADOR ELBER BATALHA, VETADO NUMA EMISSORA
O repórter de uma emissora de rádio passou pelo maior constrangimento ao ter que dizer ao Vereador Elber Batalha, já presente no estúdio, que a entrevista para a qual fora convidado tinha sido cancelada em cima da hora pela direção da emissora.
Em se tratando de uma concessão federal, ninguém, especialmente um vereador atuante como Elber Batalha, que iria levar informações aos ouvintes sobre o IPTU, poderia ser barrado como foi, sem nenhuma explicação.
Só falta permitir-se a Edvaldo, prefeito de Aracaju, ficar na porta da rádio com uma tesoura na mão para cortar entrevistas de seus adversários … Koisas de Sergipe D’El Rei!
SERGIPE SERÁ A MAIOR PROVÍNCIA DE PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL DO BRASIL
Uma grande notícia saiu este fim de semana em toda mídia nacional: a descoberta pela Petrobras de uma jazida de gás natural que irá transformar Sergipe no maior produtor do gás natural do País, podendo incrementar o seu parque industrial, e gerar empregos.
Chegou em boa hora, quando tudo parecia ser impossível ao governo do Estado ultrapassar a crise que está vivenciando. A natureza, graças à competência da Petrobras, está vindo em socorro de Sergipe na hora mais difícil.
ACV
RETALHOS DA POLÍTICA – A PETROBRAS E O PORTO DE SERGIPE
SARNEY VISITA SERGIPE E VAI A SIMÃO DIAS
No início de janeiro de 1988, o presidente Sarney esteve em Sergipe para lançar o programa de combate às secas Padre Cícero. Consultado pelo governo federal, escolhi o municipío de Simão Dias, minha terra natal, como palco para o lançamento desse programa.
Para o nosso povo foi um momento de muito orgulho o fato de o governo da República do Brasil, estar ali presente, com o presidente, ministros, governadores, prefeitos e parlamentares para a realização de evento tão importante. Toda a imprensa nacional deu cobertura àquela programação governamental. A Praça Barão de Santa Rosa foi tomada por milhares de pessoas que vieram de vários municípios de Sergipe e da Bahia. Nunca um presidente da República visitara Simão Dias.
ESPORTE E LAZER
O esporte e o lazer tiveram lugar de destaque no nosso governo. Em Aracaju, havia o campeonato de futebol de bairros, esporte menor ou futebol de várzea organizado pela Secretaria de Esporte e Lazer.
Preservamos uma área da mata atlântica, onde hoje com certeza, seria uma área de prédios, construindo o Parque dos Cajueiros (reformado pelo saudoso governador Marcelo Déda), e um grande calçadão, da praia 13 de Julho até a Coroa do Meio, e em paralelo, uma ciclovia.
Collor veio inaugurar a obra, e andamos juntos de bicicleta por esse calçadão acompanhados por dezenas de ciclistas. Fizemos um monumento, o Caju, como uma referência de nossa Capital a todos os turistas que tivessem o desejo de nos visitar.
Esse monumento, o do Caju, ergue-se imponente na 13 de Julho, como um dos símbolos de nossa capital mais apreciados pelos turistas ( Foto: Sílvio Oliveira).
Construimos 15 ginásios de esporte em cidades do interior, constituindo-se na maior ação de governo concreta para o fortalecimento e expansão das atividades desportivas.
Os Jogos da Primavera, que foram criados durante a minha gestão como Secretário da Educação, foram ampliados no nosso governo, tornando-se uma festa da qual participavam mais de 15 mil estudantes de escolas da capital e do interior.
Cerca de 1000 atletas, anualmente, representavam o Estado de Sergipe nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBS), em outras unidades da federação. Pontificávamos em primeiro lugar em diversas modalidades esportivas, conquistando medalhas de ouro, e, também, de prata e bronze. No retorno, os atletas eram recebidos por familiares e colegas como verdadeiros heróis.
Construímos um grande Estádio na cidade de Maruim, um dos melhores do interior. Foi um compromisso de campanha que eu cumpri com muita alegria.
Em homenagem à minha terra, Simão Dias, construí um ginásio de esportes e um estádio de futebol.
ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA CAPITAL
Enfrentamos o grande desafio em melhorar o sistema de esgotos da cidade de Aracaju. Inauguramos um novo sistema moderno de esgotamento antes do enceramento de nosso mandato. Tomamos dinheiro emprestado na Caixa Econômica Federal para a construção de canais de águas pluviais em vários bairros de Aracaju.
ALTERAÇÃO DO PROJETO ORIGINAL DO PORTO DE SERGIPE, COMO FOI
O Terminal Marítimo Inácio Barbosa veio de uma luta desencadeada por vários governadores. Graças a esse empenho, a Petrobras assumiu a responsabilidade pela realização desse obra histórica no município de Barra dos Coqueiros.
A Petrobras já estava tocando as obras do Porto ao iniciar-se o nosso período de governo. Fiquei surpreso e contrariado quando tomei conhecimento de que o Porto projetado pela Petrobras era apenas um terminal graneleiro para o transporte exclusivo de cargas do interesse da empresa, como o cloreto de potássio da Mina de Taquari-Vassouras e a os produtos nitrogenados da Fafen. Para tanto, o projeto original previa apenas a construção de uma ponte invadindo o mar.
Se continuasse a obra daquele jeito, o Estado de Sergipe seria o único do Nordeste que não teria um Porto de verdade.
Era preciso agir com urgência para modificar o projeto e transformá-lo num Porto mais amplo, que pudesse receber todo tipo de cargas, e, também, grandes navios de passageiros que tivessem Aracaju como uma de suas escalas. Sergipe seria o único Estado litorâneo a não dispor de um Porto com essa finalidade, caso o projeto não sofresse alteração.
Queríamos sim, um Terminal Offshore de Cargas Gerais e de Passageiros.
Era preciso agir com urgência. Marquei uma audiência com o presidente Sarney, em Brasília, no Palácio do Planalto. Entreguei-lhe o pleito do governo de Sergipe. O presidente, na hora, sem pestanejar, redigiu ali mesmo sem protocolos, uma carta de seu próprio punho ao diretor de engenharia da Petrobras Dr Edilson Távora, responsável pela obra, expondo a questão, e encaminhando em anexo o nosso pedido para que modificasse o projeto original do Porto de Sergipe. (na foto a seguir com Edilson Távora, durante a construção do Porto).
No dia seguinte eu já estava na Petrobras com Edilson Távora. Entreguei-lhe a carta do presidente com o pedido do nosso governo. Távora entendeu a pertinência do pleito e assumiu de pronto a defesa do nosso projeto, modificando-o para o formato que pretendíamos. A meu convite, durante o período de execução do novo projeto portuário Edilson Távora esteve em Sergipe.
Visitamos juntos o Porto que estava sendo construído com duas pontes em paralelo, uma para o transporte de cargas gerais e outra para o transporte de passageiros. Foi uma das maiores emoções que senti em minha vida.
É preciso que se faça justiça a Sarney. Foi um grande presidente para Sergipe.
Pena que o turismo em Sergipe não tenha aproveitado a obra do Porto, como eu esperava, atraindo passageiros pelo mar. Mas isso é outra história.
FOLHA DE SERVIDORES, GATILHO SALARIAL E INFLAÇÃO
No final do governo Sarney a crise política atingiu o seu limite estratosférico. O processo inflacionário recrudesceu e chegou a uma taxa sem precedentes, de 84% ao mês.
As graves pipocavam em todo o Brasil. Os salários sofriam uma corrosão diária, e diluíam-se como água. Servidores e a população em geral, estavam em completo desespero. Eu estava no governo, e tinha que pensar e resolver de imediato como reduzir o impacto da inflação galopante.
Criei o gatilho salarial para compensar as perdas com a inflação galopante que estava destruindo remuneração dos funcionários públicos. Mandei aplicar toda a arrecadação do Estado no overnight, um mecanismo que gerava um “lucro” diário que preservava a receita, e, ainda ganhava algum acréscimo com os juros. Com isso, ao final do mês, garantia o pagamento da folha sem atrasos, o funcionamento dos serviços básicos e os compromissos da dívida.
Cumpri os quatro anos de governo sem passar pelo constrangimento de atrasar a folha de servidores.
Nota: A elaboração de uma grande parte do conteúdo das postagens sobre obras e serviços saiu de memória. Seria impossível me lembrar de tudo, uma vez que já decorreram mais de 25 anos desde que terminou o meu mandato de governador.
ACV
SER OPOSIÇÃO OU BANDEAR-SE PARA O GOVERNO?
É MELHOR SER GOVERNO OU SER OPOSIÇÃO?
Muitos nem querem responder a essa pergunta, porque nasceram governo, continuam no conforto do governo, e consideram um despropósito, ou até mesmo uma loucura, marchar do lado da oposição, onde nunca estiveram.
Outros com o silêncio oportunista, ou com justificativas vergonhosas para aderir, já responderam à pergunta estampada neste artigo.
Num domingo, depois de tomar um café no Conjunto Augusto Franco, encontrei-me por acaso com um cidadão que me cumprimentou e falou que me admirava como político, mas que não votou em meu nome para o Senado porque fui candidato fazendo oposição ao governo.
“Eu tenho uma teoria – disse ele – “ser governo é ter uma atitude prática e consciente de que não se deve nadar contra a maré.” Continuou falando e eu só escutando: – “Nunca perdi o meu voto numa eleição porque só fico do lado de quem vai ganhar …”
O homem despontou no local, de repente, como se estivesse falando para uma grande plateia a ouvir a sua explanação, expressando-se com ar professoral, e eu, ali em pé, ouvindo-o pacientemente, com vontade de sair, é verdade, mas que, apenas por educação permanecia parado no mesmo lugar.
Na sua peroração, de um modo simples e franco, o homem falou-me sem meias palavras; – “o governo é lugar para crescimento social e econômico, enquanto lutar pela oposição só traz gastança, sacrifício e sofrimento”.
UM DEFENSOR E PROPAGADOR DA TEORIA GOVERNISTA
E para confirmar a sua tese, ou melhor dizendo, a sua teoria governista: – “No governo só quem está no comando é que tem que se virar pra arranjar dinheiro e fazer a máquina seguir em frente. Para nós apoiadores o único esforço é saber como colher a melhor vantagem”.
E prosseguiu no seu lenga-lenga: “No governo, se você é empresário e resolver ser candidato, ganha duas vezes caso seja eleito, dividendos políticos com o cargo e lucros nos seus negócios, pela facilidade de penetrar na máquina”.
Ainda não satisfeito, me pegando pelo braço, para impedir, jeitosamente, a minha retirada (nessa altura já se formava um grupo de curiosos), disse-me: – “Aqui na terrinha, seu Valadares, quem não é governo tá chegando, quem não chegou ainda, tá doido pra chegar. A oposição devia entender que ela só sabe falar, nada faz. E só quem pode reunir, e quem de fato faz, é o nosso governo!”.
“Portanto – continuou aquele doutrinador -, “ser oposição é um ato impensado, uma atitude burra e inconsequente. Contrariar o governo em qualquer lugar, na mídia, nos partidos ou no legislativo, é algo perigoso que pode render sérios prejuízos”. “Cito como exemplo a classe hoteleira”, – fez questão de lembrar: – “mesmo no prejuízo porque não chegam hóspedes nos seus hotéis, por omissão dos órgãos de turismo, ficam mudos e calados apesar da queda em seus lucros, porque são inteligentes, sabem que esperando mais um pouquinho o nosso governo vai consertar o setor e resolver”. “Eles estão mais do que certos, esbravejou o homem: – “Em boca fechada não entra mosquito …”
MÁQUNA DO GOVERNO, DESENGONÇADA MAS EFICIENTE
“A máquina do governo, por mais velha e desengonçada que seja, pelo próprio desejo de proteção do poder e de vingança pode enterrar seus projetos políticos ou econômicos, e reduzir a quase zero a sua capacidade de reagir”, profetizou aquele homem.
E, a seguir me fez essa indagação: “Na nossa terrinha você já viu algum empresário que seja candidato perder uma eleição e quebrar no governo?” Daí ele mesmo se apressou em responder : – “Não vi, pelo contrário melhorou em tudo…”.
Foi quando ele soltou o meu braço, aproveitei o seu vacilo para dar-lhe um até logo e desvencilhar-me o quanto antes daquele papo que estava me cansando e que poderia durar muitas horas. Entrei ligeiro no meu Fiat Grazie Mille, abri o word no computador quando cheguei em minha casa, e escrevi esse artigo modesto que só agora publico.
A teoria governista defendida tão cinicamente por aquele cidadão, se por ventura chegasse às escolas como ensinamento para os nossos jovens seria como um enterro da nossa democracia.
Agora eu fico conversando com os meus botões: se essa teoria absurda está disseminada em nosso meio e morando na cabeça de muitas pessoas, não há como eu desistir da política enquanto permanecer essa tendência ardilosa e devastadora de querer o poder, não como meio de distribuir benefícios para todos, e, sim como um instrumento de garantias de vantagens para uma casta minoritária que melhora de vida sugando impiedosamente do governo que, querendo ou não, legitima seus ganhos.
Com serenidade e destemor, cada um de nós no campo da oposição, por maior que seja a desigualdade dessa luta, haveremos de mostrar que a única teoria que um dia vencerá é a da verdade contra a mentira.
O marketing da enganação, e os interesses privados que nunca deveriam misturar-se com a política um dia merecerão a devida resposta.
“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
ACV