BULIR NA PREVIDÊNCIA VAI DAR PRA RESOLVER?
A reforma da Previdência que antes era considerada uma panaceia, com o poder de contornar a crise econômica que produziu mais de 13 milhões de desempregados, agora já não é mais encarada assim.
Economistas e políticos comprometidos com as mudanças nas aposentadorias dos setores público e privado, agora consideram que a reforma da Previdência não é suficiente para resolver por si só a crise e atrair investimentos.
NÃO É BEM ASSIM
Os olhos dos defensores da reforma da Previdência, certos de sua aprovação sem maiores divergências no Senado, voltam-se para a reforma tributária, como solução definitiva, para a retomada do desenvolvimento e a inversão da ascendente curva de desemprego que tanto humilha os brasileiros.
Estados e Municípios ficam fora da reforma da PEC da reforma nas votações da Câmara até o momento, e, no 2º turno essa decisão será ratificada. O Senado quer incluí-los numa proposição apartada da principal, com o nome de PEC paralela.
Mas, de todo modo, mesmo sendo aprovada no Senado, a PEC paralela terá de passar obrigatoriamente pela Câmara, onde as bancadas partidárias não veem com bons olhos o fato de governadores e prefeitos se livrarem do desgaste a que elas foram submetidas no período dos debates da reforma da Previdência.
A economia não é uma ciência exata, apesar da pregação falaciosa dos que se apegam às suas regras como se fosse uma terrível religião, onde o Deus é o mercado, e o povo, através de seus representantes, é apenas um instrumento de verificação ou de experimentação.
Se uma fórmula não der certo, tenta-se outra, até que se chegue perto do resultado planejado, ou mesmo de uma retumbante catástrofe, como se fôssemos um laboratório.
METER A MÃO EM BURACO DE TATU?
Nessa etapa, por conveniência política, governadores e prefeitos, notadamente os do Nordeste, para não perderem votos, não fizeram o mínimo esforço, e procuraram não se envolverem em tema tão polêmico e desgastante, apesar da torcida para verem a reforma da Previdência aprovada.
Como a tramitação da PEC paralela demora muito para a sua finalização, sem nenhuma certeza de sua aceitação pela Câmara dos Deputados, os Estados e Municípios que têm governadores e prefeitos que não querem correr o risco de meter a mão em buraco de tatu, ficarão à espera de uma solução que venha do alto.
Enquanto governadores e prefeitos continuam em compasso de espera, o impasse continua em suas unidades federadas, com o crescente aumento do rombo nas contas de seus sistemas de previdência, provocando atrasos na folha de pagamentos de ativos e inativos, e sem qualquer capacidade de investimentos em obras de infraestrutura, ou mesmo tomar empréstimos para esse fim, pela desconfiança de bancos privados e públicos.
A MÃE DAS REFORMAS NEM QUE SEJA POR ÚLTIMO
Vamos acompanhar com interesse o desenrolar dos acontecimentos no Congresso Nacional, onde, como está mostrando, será o caminho para resolver ou piorar a crise.
A reforma da Previdência praticamente chegou ao seu ponto final, uma vez que o Senado só vai cumprir a tabela, e homologá-la sem mudar uma vírgula, apenas acrescentando a questão dos Estados e Municípios.
Vem aí a reforma Tributária, que pode distribuir mais equitativamente as receitas, beneficiando os entes subnacionais.
E a reforma política, a “Mãe das Reformas”, quando virá?
Se bem feita, evitará a eleição de milagreiros e salvadores da Pátria para a presidência da República, e de parlamentares desatentos e infiéis a programas e propostas que levaram o povo a votar neles.
ACV