CASA POPULAR PARA MILHARES DE FAMÍLIAS SERGIPANAS
COMO ABRIGAR MAIS DE 100 MIL PESSOAS
Logo após a minha eleição para o governo de Sergipe (15 de novembro de 1986), comecei a agir no sentido de encontrar as melhores alternativas para cumprir a minha principal promessa de campanha. Construir casas populares e realizar o sonho de casa própria. O maior desafio que um governo poderia enfrentar num dos períodos mais difíceis, onde o orçamento era apertado, e o cenário nacional dava sinais de entrar em turbulência econômica e financeira, com a inflação já ameaçando em engolir tudo, como contei em detalhes no capítulo Retalhos da Política , A Inflação do Fim do Mundo
Lá pelos lados do município de Nossa Senhora de Socorro existia uma área de terreno imensa, onde poderíamos implantar o projeto habitacional que seria o maior de toda a história administrativa de Sergipe.
Durante a campanha já havia feito uma visita ao local e pude verificar que ali, naquele descampado a perder de vista, cheio de matos, iríamos trabalhar intensamente, realizando uma verdadeira revolução, abrigando uma população de mais de 100 mil pessoas, em menos de quatro anos.
Para reafirmar o meu compromisso público de campanha, e que levaria a sério a minha prioridade número um, que seria a construção de casas populares, poucos dias depois da posse – que se deu em 15 de março de 1987 -, enviei para a Assembléia Legislativa um projeto de lei criando o Fundo Estadual de Habitação , que obrigava a aplicação de 1% das receitas líquidas do ICMS em favor de programas habitacionais tocados pelo governo.
COMPLEXO TAIÇOCA, UM DESCAMPADO – PALCO DE UM GRANDE PROJETO
Hoje, quando visito aquela área que denominávamos de Complexo Taiçoca, passando por aquelas praças, ruas e avenidas que de tão grandes, alguém de fora pode se perder naquela imensidão, e vejo tanta gente morando num só lugar, chego a me emocionar.
Numa sequência impressionante fizemos os conjuntos habitacionais Marcos Freire, Jardim, Fernando Collor, e terminamos o conjunto João Alves.
Quase todas as semanas tirava pelo menos um dia para visitar a Caixa Econômica em Brasília para dar andamento ao processo de liberação de recursos.
Antes do término de nosso governo inauguramos na Barra dos Coqueiros o Conjunto Prisco Viana.
Ao me encontrar com pais e mães de família naqueles conjuntos, ainda hoje, todos fazem questão de me cumprimentar e agradecer-me por aquela obra social que lhes facilitou a aquisição da casa própria para viver e morar com seus filhos.
O sonho da casa própria aumentara como nunca com o crescimento da população e o seu deslocamento em massa para as cidades.
Em governos anteriores, e posso citar os de Augusto Franco e João Alves, grandes conjuntos habitacionais começaram a ser construídos.
CASA, EMPREGO E GERAÇÃO DE RENDA
Conferi que, diante da minha responsabilidade em ter de cumprir o que prometera na campanha, antes mesmo da minha posse já estava cuidando em Brasília de financiamentos para um programa ambicioso que eu pretendia criar em Sergipe, cuja extensão e grandiosidade, até o momento não foi superado por qualquer governo que me sucedeu.
O nosso governo construiu 22 mil casas populares. Além de conseguir entregar para milhares de pessoas um teto para morar, empregos diretos e indiretos foram gerados, a construção civil viveu momentos de dinamismo e ascensão como em nenhuma outra época.
As cerâmicas em todo o Estado, principalmente as do município de Itabaianinha, passaram a vender material de construção em tão grande quantidade que não davam vencimento à demanda. A Bahia teve que entrar em cena para completar o que Sergipe precisava para a continuidade do nosso programa habitacional.
Utilizei o Pedreiro Mecânico, um sistema que ajudava ao mestre de obras e ao pedreiro a acelerar o andamento da construção de casas para pessoas de baixa renda, nos mutirões que realizei no Conjunto Jardim (em Socorro) e na Terra Dura (Aracaju).
Fizemos dezenas de sorteios, selecionando famílias que realmente tinham necessidade de uma moradia.
ACV